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06/09/2017

COLINHO

Há cerca de alguns meses o Bodão tivera um caso com a Verinha, que estava separada do marido. Ela tinha um colo amplo, cheiroso e macio. Muito propício, pois, aos interesses depravados do Bodão. Portanto, sempre quando estava junto dela, ele pedia... ‘colinho’...
          Mas um dia a Verinha pôs fim ao relacionamento.
          Decorridos quatro meses desse brusco final, eis que ele sentiu saudades. Achou o número do celular dela. Logo ligou e antes até que ela dissesse ‘alô’, ele, que queria surpreendê-la, já foi dizendo assim:
          --- Verinha... Quero coliiiinhooo...
          Sentiu que alguém suspirava do outro lado. E, para sua surpresa, desligaram imediatamente, sem nada dizer. E aí, a seguir, quando ele já conferia o número, para ver se ligara mesmo para ela, o aparelho tocou:
          --- Alô!       
--- Quem está falando?  --- Era uma voz masculina...
          --- Aqui é o Bodão.
          --- Pois então, seu fdp, você quer colinho, é? --- já berrou o homem.
          --- Como assim? --- o Bodão não entendia.
          --- Ora, seu fdp, você liga no celular da minha esposa, e diz que quer colinho, e agora finge que não sabe de nada?...
          O Bodão estremeceu...
          --- Vapo! Eu liguei?!...
          --- Sim, ligou nesse celular a pouco, e ainda disse o nome da minha Verinha, dizendo que queria colinho... Pois, seu imbecil, eu tenho um colinho pra te dar! Vou te caçar, fdp! --- Aí o Bodão tentou se sair com essa:
          --- Eu liguei sim pra um número agora, que é da Lurdinha...
          --- Lurdinha o cacete. Falou Verinha! Vou te caçar e te matar, fdp!
          E, felizmente, para o Bodão, o sujeito desligou a seguir.
          E então, sentando-se, o Bodão coçou a cabeça, preocupado. Nem pensara nisso... Mas é que a Verinha voltara com o marido...

          ADhemyr Fortunatto – Escritor – Drt-SP 60.511