JOÃO SURDO
Texto publicado em NOVEMBRO DE 2012, na Coluna do ADhemyr, do JR NOTÍCIAS,
de São Paulo - SP }} www.jornalnoticias.com.br
Desempregado, ele descobriu um filão, mas que, à primeira vista, lhe
pareceu um fiasco, --- tornou-se vendedor de aparelhos de surdez.
Achou que
devia começar por um local barulhento, --- o que não falta na Grande São Paulo.
Escolheu, por questão de “comodidade”, e também por time, o centro de Diadema.
Postou-se na esquina da Rua Antonio Piranga com a Avenida Alda. Ficou com um
aparelho na mão, mostrando às pessoas, oferecendo-o. Mas, em vista do barulho,
ninguém ouvia o João. (Seu nome era João). Vez por outra vendia algum
aparelho.
Tanto ficou naquele lugar, que acabou ele mesmo perdendo
considerável parte da audição.
E teve, --- ele mesmo --- que usar aparelho de
surdez... E como ninguém já não o ouvia desde antes, ele criou um cartaz,
pendurou-o nas costas, com os seguintes dizeres, --- “Aparelhos de surdez do
João Surdo. Tão ‘bão’ que eu também uso”.
Pronto! Começou a vender horrores!
E, como para se consolar, dizia a si mesmo, --- abençoado esse lugar barulhento,
que apesar de me deixar surdo, me rende agora uns trocados.
Com efeito, tanto
vendeu que, passados alguns anos, montou sua própria loja, --- “João Surdo,
Aparelhos de Surdez”.
Não enriqueceu, óbvio; está bem financeiramente.
E
sempre bendiz o centro de Diadema, um dos locais mais barulhentos que já se
viu.
Escritor ADhemyr
Fortunatto
Olá Adhemyr...
ResponderExcluirBacana esse relato...gostei!
E passa uma mensagem que vale a pena refletir...
Ao ler sua publicação lembrei que os onibus vindo da av. Alda entrava na av Antonio Piranga (pois a rua Manoel Amaral Junior não existia) como a Alda acabava ali, os onibus eram obrigados a virar a direita e logo a esquerda na rua Silvio Donini e passava sobre uma ponte de madeira e seguia sentido são Paulo. BELA RECORDAÇÃO AO LER SEU ARTIGO. Abraços amigo Adhemar Fortunato.
ResponderExcluir